Ceura Nolasco
Quando o amor acontece: os homens “enlouquecem” e as mulheres “emburrecem”!
Atualizado: 14 de ago. de 2020
Quem já não teve um amigo, que largou tudo, chutou o balde e saiu de casa sem nada levar, simplesmente porque resolveu, perdidamente, se apaixonar? E a mulher, aquela super amiga que de repente colocou os pés pelas mãos, fez um escândalo na tua frente, perdeu toda razão e te colocou na maior confusão?
As mulheres, emocionais seres honrados pela criação, quando se apaixonam vivem de forma, intensa este amor na ilusão. E seu nível de entrega é sem precedentes, pois o mundo feminino espera o grande encontro, aquele encontro com o príncipe encantado, ou o mais atualizado papel dele, sua alma gêmea!
A busca por este encontro é tão intensa no mundo feminino que desde muito cedo as meninas vão ao teatro assistir “as princesas” e seguem seus dias ainda brincando de casinha. Logo, o encontro com o príncipe é um desejo, que vem da infância e persiste em acompanhá-las a vida inteira.
Aqui está a razão do “emburrecimento” feminino. Por amor e devoção interna, à ilusão de ser, ele, o cara, o príncipe, a alma gêmea, as mulheres se perdem nos limites de sua própria verdade e vida e passam amorosamente a desfazer-se de seus mais ancorados sonhos e verdades para sustentar ilusoriamente o dito grande amor, o inatingível, e que agora está ali, tão perto e tão vivo!
Laços de amizade são desfeitos pelo afastamento, planos de crescimento profissional são abalados, escolhas de cursos de formação alterados, e tudo gira em torno do amor, a mãe interna adota o “filho mais velho” a mãe externa, faz tudo para sustentar a nutrição plena da relação.
O feminino apaixonado e previsível perde o encantamento, pois não provoca no outro o desejo de conquistá-la. Acredita que passar a ele a máxima confiança em atitudes e pensamento, dedicando-se exclusivamente a ele, sustentará o grande amor!…
E ainda se ele é tão grande assim me amará do jeito que sou… Como eu o amo: desconforma-se fisicamente, e não alinha novos valores a sua vida e conseqüentemente a relação. Seu tempo é exclusivo a ela. E se o “príncipe” não chegou exatamente como ela idealizou: Tenta salva-lo e educá-lo!
Os homens, em contra partida, estes seres de pura instintividade racional e preservadora da espécie, regem-se por seus mais significativos e absolutos impulsos.
Vivem intensamente o grande amor.
O desejo desmedido transforma-se em ações e atitudes de invejável intensidade.
Negligenciam anos de convívio e vínculos anteriores, como se nada existisse até o dia da grande explosão de amor!
A explosão de amor no mundo masculino é intensa e desorganizadora no campo emocional, pois eles são criados para não chorar, não sentir.
Logo, quando sentem e de uma forma intensa , perdem a doma e vão a campo como um cavalo selvagem.
A energia vital solta e embebecida de uma pulsão da qual ele nunca tinha provado… O enlouquece!
Homens e mulheres quando tocados pelo “grande amor” só estão indo ao encontro de algo que lhes nutri de forma incontestável e absoluta.
A completude!
A questão é que funcionamos de formas diferentes.
O homem apaixonado é um homem desgovernado!
A mulher apaixonada é uma mulher embotada!
As mulheres, sensíveis e emocionais seres geradores da especie, emburrecem e os homens, fortes e racionais seres responsáveis pela manutenção da espécie enlouquecem!
E assim, ainda é o amor na Terra, este sentimento de forma tão explorada pelos poetas, artistas e sonhadores e tão pouco vivida pelos espectadores!
Nossa relação com a maravilhosa pulsão do amor se assemelha a um sorvete de casquinha expresso mal regulado que uma vez acionado se derrama sem poder ser enrolado!
É importante viver o amor, sentir o amor, e estar na pulsão do amor sustentando o campo de nossas individualidades, equilibrando as saciedades das mais fortes pulsões na maestria da manutenção das polaridades em integração!
Não há sustentação para o campo do amor quando desordenadamente nos introduzimos como “ghost”, fantasmas, no outro na ilusão de perpetuar para a eternidade um processo que é por natureza livre e de passagem.
Amar sempre: emburrecer-se/ enlouquecer-se jamais!